"Quando você é consumido pela chamada de Deus em sua vida, todas as coisas passam a ter um novo significado." Charles Stanley

terça-feira, 11 de junho de 2013

DEUS ME AMA

Diante de uma circunstância qualquer um pensamento rápido surgiu: "Tá vendo? Deus não te ama". Instantaneamente a resposta veio. Não podia ser diferente depois de um culto maravilhoso, marcado fortemente pela presença real de Deus, onde todos o louvavam, o glorificavam, profetizavam, levantavam suas mãos em adoração à Ele... Demonstração gratuita e do que nos espera, logo mais, no céu.

Não havia como concordar com esse pensamento despropositado, por mais que as circunstâncias pudessem insinuar o contrário. Imediatamente respondi: É claro que Ele me ama, se não me amasse não estaria no culto hoje. Simples assim. O que quero dizer? Explico.

O amor de Deus não é expresso em coisas visíveis.

Isto é, eu posso não ter uma casa, um carro, um namorado, um bom emprego, uma conta corrente com saldo positivo no banco, uma família reunida e feliz, um sapato novo, uma bolsa nova, e mais uma lista de coisas (muitas dessas, para não dizer todas, eu não tenho), mas ainda assim estou certa de que o seu amor está derramado sobre mim. Estou certa de coisas melhores e maiores estão por vir...

Sei disso porque tenho a minha vida marcada pela presença de Jesus através do Espírito Santo, meu amado Consolador; porque tenho a certeza de que passarei a eternidade sentindo o que sinto quando estou em sua presença; porque fui resgatada por obra das suas mãos; porque estou convicta de que eu sou dele e Ele é meu, e que nada pode me separar dele - nenhuma presença, nenhuma ausência.

A trajetória da minha vida até aqui é expressão concreta do amor de Deus para comigo. O fato de poder estar em sua presença hoje, firmada aos seus pés após tanto tempo de indecisão, depois de andar por tantos caminhos... Não estaria com Ele hoje se não fosse o seu amor - não tenho dúvidas. Não bastasse isso, olho para tantos que estão ao meu lado e que não o possuem... Olho para mim e não entendo por que eu. Só posso reconhecer que Ele me ama, me ama muito, mais do que eu posso imaginar e compreender. Obrigada Jesus!

Eu sei que é comum questionarmos ou sermos questionados sobre o amor de Deus, principalmente quando as coisas não vão bem. Nestes momentos temos que colocar as coisas no seu devido lugar. O que é um carro, uma casa, dinheiro, amigos e todas as demais coisas se comparadas com Jesus, com sua presença em nós e com a nossa salvação?

Tantas pessoas vivem sem nunca sentir a glória que há em estar diante de um Deus tão maravilhoso e, com isso, esquecer de todas as coisas e ter somente um desejo: adorá-lo mais, e mais, e mais, infinitamente. Quantos não tem a esperança gloriosa que temos de passar a nossa eternidade com Jesus, juntamente com nossa família e amigos.

Tudo isto, sem considerar que Deus nos tem reservado coisas maiores que sequer podemos imaginar - tanto nesta Terra, como na eternidade.

Se você, como eu, tem a oportunidade de experimentar os frutos da grandiosa salvação que nos foi ofertada gratuitamente por Cristo Jesus, nosso amado Mestre, através de um sacrifício tão doloroso na cruz do calvário, pode, independente das suas circunstâncias, gritar aos quatro cantos da Terra: SIM! DEUS ME AMA!!!


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Surpresas pelo caminho...

Deus é incrivelmente maravilhoso e poderoso! Não há como não se surpreender com o que Ele faz. Os seus feitos vão muito além do que os nossos olhos podem ver ou nossa mente imaginar... O caminho é árduo, mas reserva doces surpresas que nos fazem viver algo belo, incomparável e muito, mais muito especial.

Tudo isto para dizer que sou muitíssimo grata ao meu Senhor. E também dizer a quem quiser ouvir que vale muito a pena viver para Ele. Se tivesse mil vidas, entregaria todas a Ele...


Pensando a pouco, percebi o quanto avancei na caminhada não por minhas forças, mas pela graça e misericórdia de Deus que são sempre constantes. Há exatamente um ano atrás, ou mesmo há seis meses atrás, sequer podia imaginar estar onde estou hoje, e isto pra mim é maravilhoso, encantador. Releva-me que o Deus Todo-Poderoso, meu Pai, não depende dos meus méritos e capacidade - tudo é Dele e tudo é para Ele! Louvado seja o seu nome para sempre.
 
 

domingo, 26 de maio de 2013

Razão X Emoção

A maioria das pessoas diz que, para tomar importantes decisões, é preciso "ouvir a voz do coração".
Eu digo o oposto. Importantes decisões, decisões que vão ditar o rumo da sua vida devem ser tomadas com racionalidade.
É a razão que vai te dar firmeza, sustentação e coerência nas suas atitudes.
Decisões pautadas no coração não se sustentam porque as emoções são passageiras. Elas vêm e vão. Tomar decisões assim é ficar refém das suas vontades. É não ter firmeza. É não ser constante. É ser vento. E ser vento é ser levado pelas circunstâncias e nunca tomar as rédeas da sua vida em suas mãos! 



Preciso explicar o contexto destas palavras. Escrevi isso logo após conversar com alguém que gosto muito e ouvir essa pessoa dizer que não sentia vontade de estar com Jesus. Confesso que fiquei brava. Tentei não demostrar, mas a minha indignação foi maior do que a capacidade que tenho de disfarçar meus pensamentos.

Como forma de extravasar a minha indignação escrevi estas palavras. Não tenho a pretensão de, com elas, desprezar o valor que tem os nossos sentimentos. Não fossem eles, seríamos máquinas governadas por regras lógicas, matemáticas, objetivas. Tudo perderia a graça. 

O sentimento, a emoção e o desejo são indispensáveis; não podemos desprezá-los. Não é isto que quero. É muito bom sentirmos prazer em algo; desejarmos, apreciarmos alguém ou alguma atividade. É muito bom fazer aquilo que gostamos, é muito bom termos as nossas vontades e desejos satisfeitos. Ficamos felizes e, de alguma forma, completos. É incrível se sentir envolvido, comovido, emocionado... Repito: a vida não teria a menor graça não fosse esse mundo de sensações que nos envolvem e nos arrebatam. Não é contra elas em si que me oponho.

O que critico é essa busca desenfreada, que quase a totalidade das pessoas vive, para satisfação dos próprios desejos e vontades. Oponho-me a uma vida submetida às emoções. Eu sei o quanto é impopular a minha fala no mundo de hoje - mundo classificado como hedonista. Estou convencida de que esta é a causa de grandes males que, hoje, assolam o homem. Mas não é sobre este aspecto que quero tratar. Eu quero refletir sobre o impacto que esta postura mundana tem sobre a caminhada cristã.

Refletindo sobre algumas experiências pessoais, cheguei a uma conclusão:  A opção por Jesus é racional e não emocional.

Decidir entregar a própria vida à Cristo  não é fruto de um desejo momentâneo ou de uma comoção interna sobrenatural; não decorre de uma iluminação que se tem em um determinado momento. Eu sei que algumas pessoas, em sua converção, vivem experiências lindas, arrebatadoras, como foi a conversão de Saulo à caminho de Damasco, mas além de não ser a regra, não é à isto que me refiro. Estou falando da decisão que se toma por seguir Jesus efetivamente, pois existem pessoas que mesmo após viverem experiencias incriveis com Cristo, seguem sem ele. Logo, ainda que se viva uma experiência sobrenatural que desperta nossos sentimentos, não é isto que nos faz seguir Cristo diariamente.  

Estou convencida de que somente é possível seguir efetivamente Jesus se esta decisão estiver fundamentada numa escolha racional, pois se baseada na emoção ela não se sustentará. Isto porque a caminhada com Cristo pressupõe renúncia.  Com base nas minhas experiências, posso afirmar com plena convicção que para estar com Jesus, é necessário renunciar uma série de coisas. Jesus mesmo disse que aquele que quissesse ir após ele deveria negar a si mesmo. E é assim. 

Não estou dizendo que não amo Jesus, ou que não o desejo, ou ainda que não quero as vontades dele na minha vida. Ao contrário. Eu o amo mais do que tudo, mesmo não sendo digna dele. Eu o desejo e quero a sua vontade cumprida em mim. Ocorre que para que isso ocorra, pequenas vontades, pequenos desejos meus são comumente desprezados.

Quero dizer, temos muitas vontades, e muitas dessas vontades nos levam para longe do nosso Deus. Se não soubermos controlar as nossas emoções, seremos governados por elas e nunca alcançaremos o nosso alvo. Isto é muito sério. A entrega sincera de uma vida a Cristo exige a consciência de que muitas vezes você ficará contrariado por não ter as suas vontades realizadas. 

Para mim é muito claro a incompatibilidade existente entre Jesus Cristo e os todos os nossos desejos realizados. Não teremos Jesus se buscarmos a satisfação do nosso "eu". Esta aí o porquê de tantos abrirem mão de uma vida com Cristo. Para mim, é fundamental que tenhamos a consciência disso, porque só podemos entregar nossa vida a Cristo e renovar esta entrega todos os dias da nossa vida se constarmos que Ele está acima de tudo, se entendemos que a sua presença é melhor que todas as coisas, e, ainda, que escolheremos a Ele ainda que na outra ponta da balança esteja todo o resto.

Eu desejo sinceramente que não sejamos contaminados com o mundo. Porque não há outro caminho, nem outra forma, pois a porta que leva à vida eterna é estreita e são poucos os que a encontram.  

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Certezas em meio a incertezas


A vida cristã não é lógica. A caminhada com Deus nesta Terra nem sempre faz sentido (acho que na maioria das vezes não faz); não é óbvia. Muitas vezes nos encontramos em situações que nos deixam perplexos. É dificil administrar e impossível de entender. Talvez seja por isso que é tão dificil para aqueles que nos vêem decifrar-nos. Somos intrigantes. Assim também é a nossa caminhada. 

Há momentos que não entendemos o que acontece conosco, nem aquilo que se passa ao nosso redor.  Não sabemos como será o amanhã. Não sabemos como vamos suportar o dia dificil. Não sabemos quando se cumprirá o desejo do nosso coração. Não sabemos quanto tempo teremos que esperar. Não sabemos quando seremos transformados. Não entendemos como essa transformação se dará. Não sabemos se nos materemos fiéis. Não sabemos tantas coisas...
 
E todas estas incertezas doem no nosso íntimo, mas são elas que nos fazem crescer espirutalmente, pois somente através de incertezas que identificamos as nossas certezas e, com isso, podemos mergulhar na imensidão do nosso Deus sem reservas.

Quando olho pra mim e me vejo (aparentemente) perdida em tantos caminhos, tantas possibilidades de fracasso e tão poucas de sucesso; quando me vejo incapaz de suportar a circunstância que me é apresentada todo dia; quando sinto vontade de fugir de tudo que está ao meu redor; quando me sinto incapaz de retribuir e compensar todo amor disponibilizado à mim pelo Deus de toda glória, eu, em meio a tantas incertezas, encontro algumas certezas.

A primeira é de que Ele me ama e, como eu já disse, o seu amor é a minha garantia. A segunda é a de que o meu Deus é fiel, a sua fidelidade permanece para sempre e não está vinculada às minhas ações, porque, como também já disse, erro constantemente. Por fim, a certeza que envolve o meu ser e firma o meu coração é a de que Ele é poderoso. Ele é poderoso para guardar a minha vida nas suas mãos. Ele é poderoso para me manter atrelada à Ele todos os dias. Ele é poderoso para me transformar; Ele é poderoso para cumprir as suas promessas e realizar os seus sonhos em mim. Ele é poderoso para fazer aquilo que, aos meus olhos, é impossível por diversas razões. Ele é poderoso para fazer muito mais além daquilo que eu posso imaginar.
 
E, assim, eu me encontro novamente aos pés do meu Senhor, confiando a minha vida com tudo que tenho e sou em suas mãos, isto ...  porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.” (2 Tim. 1:12, 'b').

 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Inaudita salvação


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Para mim é impossível conhecer esse Deus e não amá-lo. Quero dizer, a experiência divina, estar com Deus, presenciar o seu amor, entender o sacrifício feito por nós, conhecer quem nós éramos e quem ele nos tornou é incrivel, uma experiência impossível de ser relatada, passível apenas de ser vivida. E quando vivenciamos tudo isso, quando entendemos o evangelho, o verdadeiro evangelho, não há como não amar esse Deus, não há como esquecê-lo, não há como ignorá-lo.

Partindo dessa premissa, que para mim é verdadeira, para que nos mantenhamos atrelados à ele precisamos entender o significado do evangelho; entender o que ele fez por nós, entender quem somos e quem Ele é. Porque um DEUS impossível de ser descrito, rodeado de toda glória, adorado por um número infinito de anjos e seres celestiais, que não precisava de mim, absolutamente, para nada; esse DEUS, Ele mesmo escolheu, Ele quis se fazer homem mortal como eu e você somos para nos resgatar. Isso é extraordinário, impossível de ser compreendido por nós mesmos.

Ele, como Deus, além de se fazer homem, se fez homem pequeno. Ele poderia ter nascido na cidade mais rica, na família mais influente, poderia ter tido aqui tudo o que era desejável por todos os homens, afinal à ele se submetem todas as coisas. Mas não! Ele se fez o menor e entregou a sua vida - Deus - se fez homem, mas não apenas um homem, ele se fez o mais baixo dos homens... Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homens de dores, e experimentado nos trabalhos; e como um de quem os homens escondim o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

E Ele fez isso para dar a sua vida... "Por isto o pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou, tenho poder para dá-la e para tornar a tomá-la (Jo: 10: 17,18).   Não dá para entender, não dá para compreender, como eu disse e repito, só é possível viver! Porque, por mim, Jesus foi açoitado, escarnecido, injuriado, desprezado. "Então cuspiam-lhe no rosto e lhe davam punhadas, e outros o esbofeteavam, Dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu?" (Mt 26:67,68).  Tudo isto para pagar o preço do meu pecado lá na cruz, tudo isto para me resgatar da condenação eterna, tudo isto para me trazer à vida, para que eu pudesse hoje conhecê-lo, amá-lo e adorá-lo. Isto porque eu estava perdida, eu nunca poderia com os meus méritos alcançá-lo. Mas Ele fez o que eu não podia fazer... Tudo isto porque eu estava longe e Ele me quis perto.

Conhecer a história, saber que Jesus morreu na cruz e que ressucitou e que, com isso, o homem  tem  acesso ao Pai não é o bastante. Porque muitos sabem disso, muitos e muitos e muitos conhecem teoricamente o que eu acabo de narrar. Não é isso que nos torna salvos participantes da graça divina.

Não tenho a pretensão de dizer aqui o que é ou não é, meu intento é, tão somente, registrar minhas reflexões acerca desse Deus que eu amo e que tanto me fascina... Mas eu penso que seja necessário internalizar tudo isto. Quero dizer, é necessário vivenciar o significado desta palavra, entender as consequências do envangelho para sua vida... é uma experiência íntima e pessoal. É considerar não apenas o que Cristo fez por toda humanidade, mas o que ele fez por você! É entender que não era apenas o homem genérico quem estava condenado à perdição eterna, mas era você quem estava!

Para vislumbrar a "loucura" deste feito, a grandiosidade desta salvação é preciso reconhecer o tamanho da nosso pecado, da nossa perdição, da nossa podridão, é preciso constatarmos que os nossos erros são constantes e nunca conseguiríamos alcançar a Deus. É preciso sentir a dor de estar condenado a ficar longe deste Deus por toda a eternidade em razão do nosso pecado. É necessário entender que o justo, para nós, era cruz, era a morte, e que Cristo agiu por nós, levou a condenação que era nossa.

Além disso, temos que entender quem Jesus é, o quão grande Ele é. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, a vida era a luz dos homens. E a luz resplandesce nas trevas, e as trevas não a compreenderam." (Jo 1:1,5)

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes ultimos dias pelo Filho. A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem também fez o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas. Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. (Hb 1:14).

Ahhh como eu sou grata pelo que Ele fez por mim. Eu sou do tipo independente, que não gosta de ser ajudada; quando era criança eu pensava comigo mesma o porquê de Jesus se sacrificar, eu não queria tivesse sofrido por mim. Entretanto, com o passar do tempo eu entendi que este sacrifício era a minha salvação, que sem Ele estaria perdida e, então, eu começei a dizer: Obrigada Jesus! Obrigada Jesus por ter morrido por mim! Obrigada por ter-se feito homem e ter tomado o meu lugar naquela cruz. Ah quando penso nisso uma paz invade o meu coração junto com a certeza e de que nada me separa desse Deus, nada me tira este amor. Ele me guarda com Ele porque custei o seu sangue!

Somente entendendo quem nós éramos e quem Cristo é, que podemos ter uma ideia da salvação que nos foi conferida por causa de um tão grande amor. E diante desse amor inaudito que nos é ofertado gratuitamente não há como não amá-lo também. Não há como não querer se demarrar em sua presença e desejar apenas Ele, e mais e mais e mais dele em nós!


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Para seguir em frente...

Nos últimos dias refleti profundamente sobre a minha caminhada com Cristo. Estou próxima de completar três anos de volta a casa do meu Pai, e este período, apesar de curto, foi incrivelmente maravilhoso, de uma intensidade sem igual que não posso expressar. Fui tomada completamente pelo amor de Deus, fui transformada radicalmente (semelhante aquele milagre realizado por Jesus na festa de casamento onde a água tornou-se vinho).

Deus me mostrou, me levou à lugares pelos quais eu jamais poderia supor caminhar. Fui lavada, tratada, feridas foram curadas. Fui presenteada com dons espiturais. Vivi, nestes dias, experiências que vão além do que a minha racionalidade pode compreender. Como Deus me surpreendeu! Como Ele pode me surpreender cada dia mais? E como fui amada por Ele, nos dias cinzas, nos dias de sol, nos dias chuvosos, nos dias de tempestade, nos dias de bonança, nos dias de tristeza, nos dias de alegria.

Tenho absoluta certeza que Ele nunca me deixou por nem um segundo sequer desde o dia que eu decidi no íntimo do meu ser me entregar totalmente à Ele. Apreendi a ouvir a voz Dele falando comigo, relevando-me segredos. Tudo isto eu vivi. Tudo isto experimentei, mas em algum momento eu estacionei, me vi enredada por tantas outras coisas. Penso que perdi a dimensão de Deus em mim. Todas as coisas ficaram grandes e Ele tornou-se distante. Encontrei-me acomodada, conformada e abastada.

Não sei ao certo o que aconteceu, nem quando aconteceu. Sei apenas que me senti frustrada em pensar que havia chegado a um determinado ponto da caminhada onde teria que dispensar novos esforços para seguir adiante. E, sinceramente, mesmo após viver tantas experiências maravilhosas, fiquei com preguiça. Não foi uma sensação agradável, senti-me ingrata ao Deus que tanto me amou.

Mas não acredito que esteja falando de algo muito absurdo que ninguém nunca tenha vivido, pelo contrário penso que esta sensação acaba chegando em algum momento da caminhada, mais cedo ou mais tarde, porque somos humanos e fracos por essência.

Nesse momento eu comecei a pensar e rever as minhas convicções, e conclui que, desde que voltei, nunca, nem por um momento, eu desejei voltar atrás. Eu nunca mais quis nada que o mundo pudesse me oferecer. Eu constatei que todos meus anseios estão em Deus e vêm Dele; eu não quero nada que não venha do seu coração, nada que não seja fruto da sua vontade direta e efetiva.

A partir de então eu pensei que não era a única que possuía estes sonhos, muitas outras pessoas querem viver a vontade do Pai, muitos querem ter suas vidas transformadas e impactadas pelo poder de Deus. São muitos os desejosos de trabalharem em prol do Reino de Deus, mas infelizmente não são todos que vivem a vontade de Deus para suas vidas.

 Infelizmente a maioria fica apenas na vontade, no desejo, na idéia. E são tantas as idéias que ficam no papel, tantos os planos que nunca chegam a se realizar, tantas vontades boas frustradas. Lembro-me do jovem rico (Mateus 19:16,22). Ele aproximou-se de Jesus questionando o que necessitava fazer para alcançar a vida eterna. Jesus respondeu que ele teria que guardar os mandamentos; porém o jovem sabia que lhe faltava algo. Diante da nova perguntas, Jesus objetivamente mandou ele vendesse todas as suas riquezas, doasse aos pobres e que o seguisse.

Não sabemos o desfecho da história, mas o fato é que aquele jovem retirou-se triste porque possuía muitas riquezas e, ao menos aparentemente, não estava disposto a se desfazer delas.

Para mim é claro que aquele jovem queria seguir Jesus, queria herdar a vida eterna, queria viver uma vida cheia de propósitos, mas quando se viu diante da necessidade de tomar determinada postura para alcançar os seus propósitos acabou titubeando. É muito triste pensar que esta situação se repete cotidianamente. Vez ou outra chegamos a momentos nos quais temos que agir, fazer algo que não estamos acostumados ou que não temos muita vontade; mas Cristo nos impulsiona à ação. Nestes momentos, nosso desejo, nossa vontade e a intenção do nosso coração não bastam.   

Então eu entendi que o que faria a diferença na minha vida não seria apenas o meu coração voltado para Deus, mas ações capazes de externar este desejo. Eu teria que responder o chamado de Deus para buscá-lo, para renunciar minha comodidade, o tempo reservado para eu nada fazer, e até mesmo as atividades que simplesmente não glorificam o nome Dele!

Não é fácil! Não é qualquer coisa se abster de hábitos comuns, que todos têm, simplesmente porque eles não te levam mais perto do seu Deus, mas eu entendi que era isto que deveria fazer se quisesse prosseguir na minha caminhada com Cristo e não me contentar com as coisas que já vivi.

Sinto que ainda há tanto para viver. Sabendo que Deus é infinito em fazer coisas novas em nossas vidas. É como se Ele dissesse: "Clama a mim, e responder-te-ei e anunciarei coisas grandes e firmes que não sabes" (Jeremias 33:3). Ah Ele tem tanto pra realizar em nós, tanto a fazer em nós, mas para viver coisas grandes e firmes é necessário mergulhar cada vez mais fundo, e isto não é feito sem renúncia, sem preço, não é de qualquer forma, não é de qualquer jeito.

            Se você de alguma forma se sente impulsionado por Cristo a tomar uma posição, a assumir uma responsabilidade ou a se abster de algo que às vezes nem é prejudicial, faça. Tome posição. Assuma a responsabilidade. Abstenha-se. Que Deus nos ajude a fazer aquilo que Ele requer que façamos porque vale a pena, eu sei que vale a pena, e não há outro caminho.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tu podes crer?

A cura de um jovem lunático. Marcos 9:14-27

“E, quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas que disputavam com eles.
E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada e, correndo para ele, o saudaram.
E perguntou aos escribas: Que é que discutis com eles?
E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo;
E este, onde quer que o apanha, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
E ele, respondendo-lhes, disse: O geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo.
E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando.
E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância.
E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos.
E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade.
E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.
E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto.
Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.


Este trecho bíblico retrata a história de um homem desesperado e sem esperanças.
A Bíblia narra, primeiro, que este homem encontrava-se no meio de uma multidão. Sempre há uma multidão. E quando se está envolto numa multidão a tendência é, ironicamente, sentir-se sozinho. No meio da multidão, é difícil ser encontrado, é difícil se destacar, passa-se, na maioria das vezes, despercebido. Isto faz com que nós sintamos sós, esquecidos, desconsiderados, sem importância, sem valor.
 Acredito que era assim que aquele homem se sentia em meio à multidão. Ele tinha problemas? Sim, tinha. Mas quem ali não tinha. Não havia nada que o diferenciasse que o destacasse daqueles que estavam ao seu redor. Ele era apenas mais um no meio de uma multidão de pessoas.
Segundo, a Bíblia mostra que o problema que aquele homem possuía era muito difícil, muito complicado.  Seu filho estava endemoniado. Quando o espírito o tomava, ele apanhava, espumava e rangia os dentes. Esta situação era tão complexa, tão trabalhosa que nem os discípulos de Jesus puderam resolver.
Acredito que aquele homem estava extremamente fatigado. Acredito que ele já havia tentado de todas as formas sarar seu filho, mas todas as tentativas haviam falhado, de forma que ele já havia desistido.
Imagino que aquele homem ao ouvir falar de Jesus resolveu tentar uma ultima vez, mas, para sua tristeza, esta tentativa também falhou. Afirmo isto porque aquele homem, provavelmente, não conhecia Jesus, e imaginava que os discípulos de Jesus seriam como Jesus, de modo que se os discípulos nada podiam fazer Jesus também não poderia.
A Bíblia narra ainda que aquela situação se arrastava há anos, ou melhor, desde sempre. Quando Jesus perguntou há quanto tempo seu filho ficava endemoniado, o homem respondeu: desde sua infância. Significa que aquele jovem nunca havia sido liberto, aquele homem não conhecia outra possibilidade; desde que recebera seu filho ele padecia deste mal.
Significa que o problema, além de complicadíssimo e insolúvel, já havia se consolidado na vida daquele homem e de seu filho. Eles haviam se acostumado com aquela situação, estavam conformados e adaptados a ela.   
Percebe-se como era difícil a situação daquele homem. Sentia-se sozinho, despercebido no meio da multidão, com um problema insolúvel que já havia se inserido em sua vida de tal forma (devido ao tempo em que ela se perpetuava) que pra ele não havia mais saída. Aos seus olhos, nem Jesus poderia alterá-la.  
É tanto assim, que ao falar com Jesus ele diz: Se tu podes fazer alguma coisa, ajuda-me. O “se” é condicional, significa que a fé daquele homem estava bem baixinha junto com sua autoestima. Estava lá ele questionando a capacidade de Deus de mudar a sua situação. Diferentemente de outros tantos que chegaram cheios de fé até Jesus, aquele homem estava desacreditado de tudo e de todos. Ele não se surpreenderia se Jesus dissesse: “sua situação não tem mais jeito”, porque era exatamente isto que ele esperava ouvir.
Mas Jesus – que sempre nos surpreende – jogou a responsabilidade pelo milagre nas mãos daquele homem ao dizer: “Se tu podes crer... tudo é possível ao que crê”.
Abrindo um parêntese na história. Todos nós sabemos e, quando questionados, respondemos sem pestanejar que o nosso Deus é o Deus do impossível. Ninguém duvida disso. Mas quando mudamos o foco da pergunta para nossa vida, nosso interior, nossos problemas, nossas dificuldades, a resposta muda. Chegamos até a gaguejar. Por que será? O Deus que é poderoso pra fazer milagres e maravilhas na vida do meu irmão é ineficaz pra fazer as mesmas maravilhas e milagres em minha vida?
Hoje Jesus te questiona: Tu podes crer?
Você pode crer nas minhas promessas? Você pode crer que eu posso fazer o que impossível pra você? Você pode crer que eu posso fazer infinitamente mais daquilo que você pensa? Você pode crer que o que tenho reservado pra você amanhã é melhor do que o que você enxerga hoje? Você pode crer? Poder crer que sou poderoso pra transformar sua vida, mudar sua história, sarar tuas feridas, salvar tua família? Você pode crer?
As circunstâncias daquele homem, tudo o que já tinha presenciado... Todas as esperanças frustradas, todos os planos projetados para seu filho interrompidos, todo aquele tempo sendo obrigado a conviver com aquela situação, vendo-se obrigado a aceitá-la, se adequar a ela, por não ter mais o que fazer. A última recente tentativa frustrada com os discípulos de Jesus que nada fizeram... Tudo isto se traduzia num apelo desesperado de seu coração para que não desse mais um passo à decepção.
Isto é muito sério. Somos criados pra acreditar. É a nossa natureza. Mas com as desilusões e frustrações colecionadas ao longo tempo, ficamos paralisados. Deixamos de acreditar, de sonhar, e passamos a duvidar.
Mas aquele homem conseguiu romper as barreiras. Rompeu a barreira das circunstâncias, a barreira do medo da decepção, a barreira do visível, a barreira da obviedade, dentre outras tantas barreiras.
E ele creu. Com lágrimas nos olhos ele escolheu acreditar, crer que Jesus poderia mudar a história de sua vida e de seu filho.
E foi o que Jesus fez. Repreendeu o espírito imundo, e ele saiu para nunca mais voltar.
Ocorre que nada com Deus é fácil, principalmente as questões que envolvem a nossa fé. Quando o espírito imundo saiu, o menino ficou como que morto, de modo que as pessoas pensaram que ele estivesse morto.
Imagine o coração deste pai. No entanto ele nada disse. Calado, em silencio ele cria que aquele que havia começado a boa obra era fiel para terminá-la.
Engraçado que muitas vezes isso acontece conosco. Já temos visto a glória, o poder de Deus em nossa vida, no entanto surgem momentos e circunstâncias que nos levam a verdadeiros testes de fé. Nestes momentos acredito que a melhor coisa é ficarmos calados em nosso lugar, esperando, aguardando o manifestar-se do nosso Deus.
Então, Jesus simplesmente o tomou pela mão, o ergueu, e ele se levantou.
Tenho absoluta certeza de que não seria este o final da história se aquele homem não tivesse crido no poder de Jesus de realizar um milagre em seu filho.