"Quando você é consumido pela chamada de Deus em sua vida, todas as coisas passam a ter um novo significado." Charles Stanley

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Inaudita salvação


Adicionar legenda
Para mim é impossível conhecer esse Deus e não amá-lo. Quero dizer, a experiência divina, estar com Deus, presenciar o seu amor, entender o sacrifício feito por nós, conhecer quem nós éramos e quem ele nos tornou é incrivel, uma experiência impossível de ser relatada, passível apenas de ser vivida. E quando vivenciamos tudo isso, quando entendemos o evangelho, o verdadeiro evangelho, não há como não amar esse Deus, não há como esquecê-lo, não há como ignorá-lo.

Partindo dessa premissa, que para mim é verdadeira, para que nos mantenhamos atrelados à ele precisamos entender o significado do evangelho; entender o que ele fez por nós, entender quem somos e quem Ele é. Porque um DEUS impossível de ser descrito, rodeado de toda glória, adorado por um número infinito de anjos e seres celestiais, que não precisava de mim, absolutamente, para nada; esse DEUS, Ele mesmo escolheu, Ele quis se fazer homem mortal como eu e você somos para nos resgatar. Isso é extraordinário, impossível de ser compreendido por nós mesmos.

Ele, como Deus, além de se fazer homem, se fez homem pequeno. Ele poderia ter nascido na cidade mais rica, na família mais influente, poderia ter tido aqui tudo o que era desejável por todos os homens, afinal à ele se submetem todas as coisas. Mas não! Ele se fez o menor e entregou a sua vida - Deus - se fez homem, mas não apenas um homem, ele se fez o mais baixo dos homens... Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homens de dores, e experimentado nos trabalhos; e como um de quem os homens escondim o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

E Ele fez isso para dar a sua vida... "Por isto o pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou, tenho poder para dá-la e para tornar a tomá-la (Jo: 10: 17,18).   Não dá para entender, não dá para compreender, como eu disse e repito, só é possível viver! Porque, por mim, Jesus foi açoitado, escarnecido, injuriado, desprezado. "Então cuspiam-lhe no rosto e lhe davam punhadas, e outros o esbofeteavam, Dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu?" (Mt 26:67,68).  Tudo isto para pagar o preço do meu pecado lá na cruz, tudo isto para me resgatar da condenação eterna, tudo isto para me trazer à vida, para que eu pudesse hoje conhecê-lo, amá-lo e adorá-lo. Isto porque eu estava perdida, eu nunca poderia com os meus méritos alcançá-lo. Mas Ele fez o que eu não podia fazer... Tudo isto porque eu estava longe e Ele me quis perto.

Conhecer a história, saber que Jesus morreu na cruz e que ressucitou e que, com isso, o homem  tem  acesso ao Pai não é o bastante. Porque muitos sabem disso, muitos e muitos e muitos conhecem teoricamente o que eu acabo de narrar. Não é isso que nos torna salvos participantes da graça divina.

Não tenho a pretensão de dizer aqui o que é ou não é, meu intento é, tão somente, registrar minhas reflexões acerca desse Deus que eu amo e que tanto me fascina... Mas eu penso que seja necessário internalizar tudo isto. Quero dizer, é necessário vivenciar o significado desta palavra, entender as consequências do envangelho para sua vida... é uma experiência íntima e pessoal. É considerar não apenas o que Cristo fez por toda humanidade, mas o que ele fez por você! É entender que não era apenas o homem genérico quem estava condenado à perdição eterna, mas era você quem estava!

Para vislumbrar a "loucura" deste feito, a grandiosidade desta salvação é preciso reconhecer o tamanho da nosso pecado, da nossa perdição, da nossa podridão, é preciso constatarmos que os nossos erros são constantes e nunca conseguiríamos alcançar a Deus. É preciso sentir a dor de estar condenado a ficar longe deste Deus por toda a eternidade em razão do nosso pecado. É necessário entender que o justo, para nós, era cruz, era a morte, e que Cristo agiu por nós, levou a condenação que era nossa.

Além disso, temos que entender quem Jesus é, o quão grande Ele é. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, a vida era a luz dos homens. E a luz resplandesce nas trevas, e as trevas não a compreenderam." (Jo 1:1,5)

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes ultimos dias pelo Filho. A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem também fez o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas. Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. (Hb 1:14).

Ahhh como eu sou grata pelo que Ele fez por mim. Eu sou do tipo independente, que não gosta de ser ajudada; quando era criança eu pensava comigo mesma o porquê de Jesus se sacrificar, eu não queria tivesse sofrido por mim. Entretanto, com o passar do tempo eu entendi que este sacrifício era a minha salvação, que sem Ele estaria perdida e, então, eu começei a dizer: Obrigada Jesus! Obrigada Jesus por ter morrido por mim! Obrigada por ter-se feito homem e ter tomado o meu lugar naquela cruz. Ah quando penso nisso uma paz invade o meu coração junto com a certeza e de que nada me separa desse Deus, nada me tira este amor. Ele me guarda com Ele porque custei o seu sangue!

Somente entendendo quem nós éramos e quem Cristo é, que podemos ter uma ideia da salvação que nos foi conferida por causa de um tão grande amor. E diante desse amor inaudito que nos é ofertado gratuitamente não há como não amá-lo também. Não há como não querer se demarrar em sua presença e desejar apenas Ele, e mais e mais e mais dele em nós!


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Para seguir em frente...

Nos últimos dias refleti profundamente sobre a minha caminhada com Cristo. Estou próxima de completar três anos de volta a casa do meu Pai, e este período, apesar de curto, foi incrivelmente maravilhoso, de uma intensidade sem igual que não posso expressar. Fui tomada completamente pelo amor de Deus, fui transformada radicalmente (semelhante aquele milagre realizado por Jesus na festa de casamento onde a água tornou-se vinho).

Deus me mostrou, me levou à lugares pelos quais eu jamais poderia supor caminhar. Fui lavada, tratada, feridas foram curadas. Fui presenteada com dons espiturais. Vivi, nestes dias, experiências que vão além do que a minha racionalidade pode compreender. Como Deus me surpreendeu! Como Ele pode me surpreender cada dia mais? E como fui amada por Ele, nos dias cinzas, nos dias de sol, nos dias chuvosos, nos dias de tempestade, nos dias de bonança, nos dias de tristeza, nos dias de alegria.

Tenho absoluta certeza que Ele nunca me deixou por nem um segundo sequer desde o dia que eu decidi no íntimo do meu ser me entregar totalmente à Ele. Apreendi a ouvir a voz Dele falando comigo, relevando-me segredos. Tudo isto eu vivi. Tudo isto experimentei, mas em algum momento eu estacionei, me vi enredada por tantas outras coisas. Penso que perdi a dimensão de Deus em mim. Todas as coisas ficaram grandes e Ele tornou-se distante. Encontrei-me acomodada, conformada e abastada.

Não sei ao certo o que aconteceu, nem quando aconteceu. Sei apenas que me senti frustrada em pensar que havia chegado a um determinado ponto da caminhada onde teria que dispensar novos esforços para seguir adiante. E, sinceramente, mesmo após viver tantas experiências maravilhosas, fiquei com preguiça. Não foi uma sensação agradável, senti-me ingrata ao Deus que tanto me amou.

Mas não acredito que esteja falando de algo muito absurdo que ninguém nunca tenha vivido, pelo contrário penso que esta sensação acaba chegando em algum momento da caminhada, mais cedo ou mais tarde, porque somos humanos e fracos por essência.

Nesse momento eu comecei a pensar e rever as minhas convicções, e conclui que, desde que voltei, nunca, nem por um momento, eu desejei voltar atrás. Eu nunca mais quis nada que o mundo pudesse me oferecer. Eu constatei que todos meus anseios estão em Deus e vêm Dele; eu não quero nada que não venha do seu coração, nada que não seja fruto da sua vontade direta e efetiva.

A partir de então eu pensei que não era a única que possuía estes sonhos, muitas outras pessoas querem viver a vontade do Pai, muitos querem ter suas vidas transformadas e impactadas pelo poder de Deus. São muitos os desejosos de trabalharem em prol do Reino de Deus, mas infelizmente não são todos que vivem a vontade de Deus para suas vidas.

 Infelizmente a maioria fica apenas na vontade, no desejo, na idéia. E são tantas as idéias que ficam no papel, tantos os planos que nunca chegam a se realizar, tantas vontades boas frustradas. Lembro-me do jovem rico (Mateus 19:16,22). Ele aproximou-se de Jesus questionando o que necessitava fazer para alcançar a vida eterna. Jesus respondeu que ele teria que guardar os mandamentos; porém o jovem sabia que lhe faltava algo. Diante da nova perguntas, Jesus objetivamente mandou ele vendesse todas as suas riquezas, doasse aos pobres e que o seguisse.

Não sabemos o desfecho da história, mas o fato é que aquele jovem retirou-se triste porque possuía muitas riquezas e, ao menos aparentemente, não estava disposto a se desfazer delas.

Para mim é claro que aquele jovem queria seguir Jesus, queria herdar a vida eterna, queria viver uma vida cheia de propósitos, mas quando se viu diante da necessidade de tomar determinada postura para alcançar os seus propósitos acabou titubeando. É muito triste pensar que esta situação se repete cotidianamente. Vez ou outra chegamos a momentos nos quais temos que agir, fazer algo que não estamos acostumados ou que não temos muita vontade; mas Cristo nos impulsiona à ação. Nestes momentos, nosso desejo, nossa vontade e a intenção do nosso coração não bastam.   

Então eu entendi que o que faria a diferença na minha vida não seria apenas o meu coração voltado para Deus, mas ações capazes de externar este desejo. Eu teria que responder o chamado de Deus para buscá-lo, para renunciar minha comodidade, o tempo reservado para eu nada fazer, e até mesmo as atividades que simplesmente não glorificam o nome Dele!

Não é fácil! Não é qualquer coisa se abster de hábitos comuns, que todos têm, simplesmente porque eles não te levam mais perto do seu Deus, mas eu entendi que era isto que deveria fazer se quisesse prosseguir na minha caminhada com Cristo e não me contentar com as coisas que já vivi.

Sinto que ainda há tanto para viver. Sabendo que Deus é infinito em fazer coisas novas em nossas vidas. É como se Ele dissesse: "Clama a mim, e responder-te-ei e anunciarei coisas grandes e firmes que não sabes" (Jeremias 33:3). Ah Ele tem tanto pra realizar em nós, tanto a fazer em nós, mas para viver coisas grandes e firmes é necessário mergulhar cada vez mais fundo, e isto não é feito sem renúncia, sem preço, não é de qualquer forma, não é de qualquer jeito.

            Se você de alguma forma se sente impulsionado por Cristo a tomar uma posição, a assumir uma responsabilidade ou a se abster de algo que às vezes nem é prejudicial, faça. Tome posição. Assuma a responsabilidade. Abstenha-se. Que Deus nos ajude a fazer aquilo que Ele requer que façamos porque vale a pena, eu sei que vale a pena, e não há outro caminho.