"Quando você é consumido pela chamada de Deus em sua vida, todas as coisas passam a ter um novo significado." Charles Stanley

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tu podes crer?

A cura de um jovem lunático. Marcos 9:14-27

“E, quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas que disputavam com eles.
E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada e, correndo para ele, o saudaram.
E perguntou aos escribas: Que é que discutis com eles?
E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo;
E este, onde quer que o apanha, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
E ele, respondendo-lhes, disse: O geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo.
E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando.
E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância.
E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos.
E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade.
E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.
E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto.
Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.


Este trecho bíblico retrata a história de um homem desesperado e sem esperanças.
A Bíblia narra, primeiro, que este homem encontrava-se no meio de uma multidão. Sempre há uma multidão. E quando se está envolto numa multidão a tendência é, ironicamente, sentir-se sozinho. No meio da multidão, é difícil ser encontrado, é difícil se destacar, passa-se, na maioria das vezes, despercebido. Isto faz com que nós sintamos sós, esquecidos, desconsiderados, sem importância, sem valor.
 Acredito que era assim que aquele homem se sentia em meio à multidão. Ele tinha problemas? Sim, tinha. Mas quem ali não tinha. Não havia nada que o diferenciasse que o destacasse daqueles que estavam ao seu redor. Ele era apenas mais um no meio de uma multidão de pessoas.
Segundo, a Bíblia mostra que o problema que aquele homem possuía era muito difícil, muito complicado.  Seu filho estava endemoniado. Quando o espírito o tomava, ele apanhava, espumava e rangia os dentes. Esta situação era tão complexa, tão trabalhosa que nem os discípulos de Jesus puderam resolver.
Acredito que aquele homem estava extremamente fatigado. Acredito que ele já havia tentado de todas as formas sarar seu filho, mas todas as tentativas haviam falhado, de forma que ele já havia desistido.
Imagino que aquele homem ao ouvir falar de Jesus resolveu tentar uma ultima vez, mas, para sua tristeza, esta tentativa também falhou. Afirmo isto porque aquele homem, provavelmente, não conhecia Jesus, e imaginava que os discípulos de Jesus seriam como Jesus, de modo que se os discípulos nada podiam fazer Jesus também não poderia.
A Bíblia narra ainda que aquela situação se arrastava há anos, ou melhor, desde sempre. Quando Jesus perguntou há quanto tempo seu filho ficava endemoniado, o homem respondeu: desde sua infância. Significa que aquele jovem nunca havia sido liberto, aquele homem não conhecia outra possibilidade; desde que recebera seu filho ele padecia deste mal.
Significa que o problema, além de complicadíssimo e insolúvel, já havia se consolidado na vida daquele homem e de seu filho. Eles haviam se acostumado com aquela situação, estavam conformados e adaptados a ela.   
Percebe-se como era difícil a situação daquele homem. Sentia-se sozinho, despercebido no meio da multidão, com um problema insolúvel que já havia se inserido em sua vida de tal forma (devido ao tempo em que ela se perpetuava) que pra ele não havia mais saída. Aos seus olhos, nem Jesus poderia alterá-la.  
É tanto assim, que ao falar com Jesus ele diz: Se tu podes fazer alguma coisa, ajuda-me. O “se” é condicional, significa que a fé daquele homem estava bem baixinha junto com sua autoestima. Estava lá ele questionando a capacidade de Deus de mudar a sua situação. Diferentemente de outros tantos que chegaram cheios de fé até Jesus, aquele homem estava desacreditado de tudo e de todos. Ele não se surpreenderia se Jesus dissesse: “sua situação não tem mais jeito”, porque era exatamente isto que ele esperava ouvir.
Mas Jesus – que sempre nos surpreende – jogou a responsabilidade pelo milagre nas mãos daquele homem ao dizer: “Se tu podes crer... tudo é possível ao que crê”.
Abrindo um parêntese na história. Todos nós sabemos e, quando questionados, respondemos sem pestanejar que o nosso Deus é o Deus do impossível. Ninguém duvida disso. Mas quando mudamos o foco da pergunta para nossa vida, nosso interior, nossos problemas, nossas dificuldades, a resposta muda. Chegamos até a gaguejar. Por que será? O Deus que é poderoso pra fazer milagres e maravilhas na vida do meu irmão é ineficaz pra fazer as mesmas maravilhas e milagres em minha vida?
Hoje Jesus te questiona: Tu podes crer?
Você pode crer nas minhas promessas? Você pode crer que eu posso fazer o que impossível pra você? Você pode crer que eu posso fazer infinitamente mais daquilo que você pensa? Você pode crer que o que tenho reservado pra você amanhã é melhor do que o que você enxerga hoje? Você pode crer? Poder crer que sou poderoso pra transformar sua vida, mudar sua história, sarar tuas feridas, salvar tua família? Você pode crer?
As circunstâncias daquele homem, tudo o que já tinha presenciado... Todas as esperanças frustradas, todos os planos projetados para seu filho interrompidos, todo aquele tempo sendo obrigado a conviver com aquela situação, vendo-se obrigado a aceitá-la, se adequar a ela, por não ter mais o que fazer. A última recente tentativa frustrada com os discípulos de Jesus que nada fizeram... Tudo isto se traduzia num apelo desesperado de seu coração para que não desse mais um passo à decepção.
Isto é muito sério. Somos criados pra acreditar. É a nossa natureza. Mas com as desilusões e frustrações colecionadas ao longo tempo, ficamos paralisados. Deixamos de acreditar, de sonhar, e passamos a duvidar.
Mas aquele homem conseguiu romper as barreiras. Rompeu a barreira das circunstâncias, a barreira do medo da decepção, a barreira do visível, a barreira da obviedade, dentre outras tantas barreiras.
E ele creu. Com lágrimas nos olhos ele escolheu acreditar, crer que Jesus poderia mudar a história de sua vida e de seu filho.
E foi o que Jesus fez. Repreendeu o espírito imundo, e ele saiu para nunca mais voltar.
Ocorre que nada com Deus é fácil, principalmente as questões que envolvem a nossa fé. Quando o espírito imundo saiu, o menino ficou como que morto, de modo que as pessoas pensaram que ele estivesse morto.
Imagine o coração deste pai. No entanto ele nada disse. Calado, em silencio ele cria que aquele que havia começado a boa obra era fiel para terminá-la.
Engraçado que muitas vezes isso acontece conosco. Já temos visto a glória, o poder de Deus em nossa vida, no entanto surgem momentos e circunstâncias que nos levam a verdadeiros testes de fé. Nestes momentos acredito que a melhor coisa é ficarmos calados em nosso lugar, esperando, aguardando o manifestar-se do nosso Deus.
Então, Jesus simplesmente o tomou pela mão, o ergueu, e ele se levantou.
Tenho absoluta certeza de que não seria este o final da história se aquele homem não tivesse crido no poder de Jesus de realizar um milagre em seu filho.   

sábado, 25 de agosto de 2012

O toque



Enquanto lavava a louça do café, pude sentir a presença de Deus de uma forma especial numa manhã comum. Pensei (e senti) que, como ocorria em todos os momentos, seus olhos estavam atentos em mim naquele instante. Involuntariamente, desejei agradá-lo. Comecei a perguntar-lhe o que eu poderia fazer para alegrar o seu coração; o que ele gostaria de ver olhando para minha vida do seu alto e sublime trono.

Lembrei-me do dia em que, com meu pensamento, havia feito Deus sorrir... Como uma apaixonada quer de todas formas conquistar, agradar o seu amado, estava lá eu pensando em como poderia alegrar o coração do meu Senhor...

Não poderia ser igual. Deus teria que ver em mim uma diferença! Quando olhasse dos altos céus a Terra, deveria ver em mim algo especial, algo que mexesse com o seu coração. Eu precisava chamar a sua atenção; de algum modo Deus teria que sentir prazer em mim!!!

Como será possível conhecer esse Deus e viver como se Ele não existisse? Foi o que me perguntei naquela manhã. Isso não poderia acontecer comigo! Eu teria que tocar o seu coração! Teria que ser diferente aos seus olhos!

Hoje, comecei a meditar naquela mulher que há 12 anos estava com fluxo de sangue, e que havia gasto todos os seus recursos na tentativa de se curar.

Ela, no meio de uma multidão - multidão essa que apertava Jesus -, consegui fazer a diferença. Ela não somente tocou na orla de seus vestidos, ela conseguiu tocar o seu coração! O que levou Jesus a dizer: "Alguém, me tocou, porque eu sei que de mim saiu virtude". Era como se dissesse:  a multidão me aperta, mas eu vejo os seus corações, eu sei quais são os seus pensamentos... nenhum de vocês me tocou de verdade, vocês não puderam extrair de mim virtude... Mas houve alguém que fez diferente... alguém tocou o meu coração!!!

"Chegando por detrás dele, tocou na orla da sua veste, e logo estancou o fluxo do seu sangue (Lucas 8:44)" Quando ela tocou em Jesus, o seu milagre aconteceu! Nossa! Que lindo! Quando ela tocou o coração de Deus, o seu almejo realizou-se, não só isso, ela foi transformada. Porque Jesus é o  Deus que transforma! Impossível nos achegarmos à Ele, tocarmos em seu coração e não sermos transformados.

Mais do que uma cura, aquela mulher necessitava ser transformada. Não somos diferentes. Recentemente ouvi uma mulher cheia de Deus dizer que as maiores lutas, as guerras mais intensas são travadas dentro de nós. Paulo, relatando a sua guerra interior, disse: o quero não faço, e o que não quero, isto eu faço. É assim também conosco!

Todos precisamos de transformação! Há sempre algo em nós a ser transformado... algo a ser trabalhado, uma crise a ser resolvida, uma guerra interior a ser vencida. E tudo isto só é possível através do nosso Senhor Cristo Jesus!    

Acheguemo-nos ao nosso Deus! Não como sepulcros caiados, vazios... Não apenas com palavras sem significado... Não apenas com petições e exigências. Mas como aquela mulher. Mulher estava quebrantada, carente e necessitada. Mulher que já tinha exauridas as suas forças; que não tinha mais recursos; que não tinha mais lugar para depositar as suas esperanças... mulher que recorria à Jesus totalmente rendida aos seus pés.

Que possamos tocar o coração de Jesus como aquela mulher, que possamos nos derramar em sua presença, que possamos reconhecer nele o objetivo da nossa vida, que desejemos agradá-lo com tudo que temos e somos; e, assim, para sua glória, sermos transformados pelo poder do seu nome!!!


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mais uma vez, experimentando a fidelidade de Deus!

Muitas vezes, ao longo dos últimos dias, imaginei esta cena: testemunhar a minha aprovação no exame de ordem.

É claro que ao olhar a realidade, achava difícil que acontecesse. Quase tudo estava dando errado. O cursinho... Não conseguia me concentrar, nem encontrava um manual completo pra estudar.

Mas lá dentro, no fundinho do coração, havia uma esperança. Deus havia me dito que tudo daria certo. Mas isso ocorrera antes de todos os problemas surgirem. Então, cheguei a pensar que a sensação, a certeza daquela manhã de domingo à caminho do cursinho, era apenas fruto da minha imaginação.

Eu até que tentei esquecer essa certeza que me acompanhava. Pensava que o resultado negativo me deixaria frustrada e desanimada, então tentava evitar esse "sentimento". Ocorre que não adiantou, a certeza continuava ali.

Fiz a prova e alguns dias depois recebi a folha de respostas. Naquele momento tive a reprovação por certa. Comecei a me preparar psicologicamente. Entretanto, não tive coragem de dizer para as pessoas que não havia passado. Ainda esperava um milagre... rs rs

Havia errado toda a fundamentação da peça, e nas questões, que antes eu pensava ter acertado por completo, faltavam informações que me fariam perder pontuação.

Poucos minutos antes de olhar a lista, lembrei-me daquele dia que, pra mim, Deus havia me dito que tudo daria certo. Conclui que saberia se Deus havia efetivamente falado comigo naquele momento ou se era apenas eu com uma fértil imaginação...

E foi Ele!!!

Porque eu passei. Nem sei como. Só sei que foi Ele, foi por Ele e foi para Ele. Concretizar agora o que eu imaginei (sem querer) tantas vezes nesses últimos dias é muito bom! É mais uma vez a visualização da fidelidade de Deus!

Como pode ser tão fiel??? O que me impressiona é que não depende de mim, não está vinculado ao meu merecimento (porque eu não mereço), não está adstrito à minha fidelidade (porque, infelizmente, sou infiel várias vezes)...

Eu sei que é todo mundo diz, mas é porque é verdade! Deus é muito fiel! Aquilo que Ele promete, aquilo que Ele diz com toda certeza se cumprirá!

sábado, 10 de março de 2012

Disponibilizando-se


                                

Acredito que para se viver uma experiência cristã completa é necessário se disponibilizar. 

          Cristo, certa vez, disse que aquele que quiser segui-lo deve deixar tudo para traz... Isto é, disponibilizar-se. Em outras palavras quer dizer que para andar com Cristo devemos abandonar, literalmente, todos os nossos sonhos a fim de que sonhemos os sonhos de Deus; quer dizer que devemos nos tornar como que folhas em branco para que, assim,  Ele possa escrever a nossa história. 

Não é preciso pensar muito para concluir o quanto isto é difícil, mas o fato é que se trata de um ato de fé, de coragem e confiança no Deus que servimos. Porque se cremos que Ele existe e sabemos que o seu amor por nós é maior do que tudo que conheçamos, temos a certeza de que todas as coisas cooperam para o nosso bem. 

Mas é preciso se disponibilizar! 

Infelizmente a maioria das pessoas que de alguma forma decidem seguir a Deus, o faz com reservas. Reservas de todo o tipo. Não querem abrir mão do conforto, não querem chorar, não querem sofrer, não querem se doar, não querem se passar por bobos, não querem dar a cara a bater, não querem andar duas milhas e não querem mais um monte de coisas. 

É como se dissessem: Deus eu te amo e quero muito te seguir, mas... isso aqui é melhor deixar assim mesmo viu?... e... sabe esse trabalho? eu gosto dele... se puder  não mexer... ah e isso aqui também, tá bom pra mim... se puder manter dessa forma... 

Resumindo, são vários conselhos dados a Deus! “Senhor faça isso; conserte aquilo e me dá aquilo outro...” É assim que acontece. E Deus respeita, como quando o povo pediu, pediu e pediu que lhe dessem Saul como rei. Deus atendeu! 

Deus poderia se negar, mas não fez. Vejo nisso o quanto somos autônomos na nossa relação com Deus, quero dizer, não somos marionetes, aquilo que queremos, aquilo que pedimos, isso teremos. Somos considerados tal como somos, como nos fazemos, como nos queremos; Deus, efetivamente, respeita as nossas vontades.

Ocorre que quando ‘direcionamos’ Deus no trato com a nossa vida, quando dizemos o que Ele deve fazer, o que queremos que Ele faça, perdemos muito! Muito mesmo! Isto porque, como já afirmei outras vezes, Deus é infinito em sabedoria e o que Ele tem reservado para nós é muito maior do que podemos imaginar. 

Mas o que acontece com essas palavras hoje? Será que é infiel? Será que é um mito? Uma lenda apenas? Por que então vemos tantas pessoas fracassadas, sem nada a testemunhar sobre o poder de Deus em suas vidas? Será que Deus mudou? 

Não! O que percebo é que a maioria das pessoas não quer viver milagres, não quer ser surpreendida por Deus; as pessoas querem manter uma vida calma, sem grandes problemas, uma vida mediana, medíocre, em outras palavras. Em suma, não querem se disponibilizar. 

Isto porque sabem que para viverem milagres, sem dúvida, passarão por momentos difíceis. Viverão situações cuja solução fugirá de suas mãos. Quem quiser testemunhar sobre o poder de Deus, quem quiser conhecê-lo mais de perto, certamente passará por caminhos pelos quais não decidirá andar. 

No Evangelho de Marcos, cap. 6, o versículo 45 diz assim: "E logo obrigou os seus discípulos a subir para o barco, e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão.". No versículo 48: "E, vendo que se fatigavam a remar, porque o vento lhes era contrário, perto da quarta vigília da noite, aproximou-se deles, andando sobre o mar, e queria passar adiante deles.". 

Da leitura desse trecho entendemos que Jesus os obrigou - significa que não era da vontade dos discípulos - a entrar no barco. E quando eles (discípulos) estavam no meio do mar, sozinhos, veio um vento forte contrário, tanto que eles ficaram cansados de remar. Surge a pergunta: Por que Jesus obrigou os discípulos a viver uma situação tão incômoda? 

A resposta está nos versículos seguintes: "(...) mas, quando eles o viram andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e deram grandes gritos. Porque todos o viram e perturbaram-se; mas logo falou com eles e disse-lhes: Tende bom ânimo, sou eu; não temais. E subiu ao barco para estar com eles, e o vento se aquietou; e, entre si, ficaram muito assombrados e maravilhados, pois não tinham compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido.". 

O evangelho de Mateus, ao tratar deste momento, diz assim no versículo 33, cap. 14: "Então, aproximaram-se os que estavam no barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.

Ao contemplarem Jesus andando sobre o meio do mar, ao testemunharem que o vento se acalmou quando Jesus subiu no barco, os seus corações, antes endurecidos, foram quebrantados e, assim, cada um deles puderam vivenciar a glória de Deus. Eles foram transformados porque puderam reconhecer em Jesus o Cristo, verdadeiro filho de Deus. Puderam testemunhar que todo o poder estava em suas mãos. 

Mas o que eu quero dizer com tudo isso é que se os discípulos não tivessem se disponibilizado a entrar no barco mesmo contra as suas vontades, nada disso teria acontecido. Não teriam visto a glória de Deus, não teriam presenciado a divindade de Jesus, não seriam transformados; quantas coisas perderiam. 

E agora me pergunto: Quantas coisas perdemos por não confiar em Deus? O quanto perdemos por não nos disponibilizar ao reino de Cristo? Quantos testemunhos deixamos de contar? Quantas vidas não são tocadas porque nada temos pra oferecer?

Deus pode fazer infinitamente mais por nos, existem planos, projetos, sonhos que nunca chegaram ao nosso coração. E nós nos prendemos, nos agarramos ao visível e acabamos por esquecer o reino de Deus - reino que é espiritual. Ficamos tão ligados aos nossos planos que deixamos de viver aquilo que nos está reservado e toda vez que isso acontece, vidas e vidas deixam de ser alcançadas por Deus!

Sabe por quê? A minha vida, a sua vida deve, necessariamente, ser um testemunho, uma prova da existência de Deus! Aqueles que nos veem tem que reconhecer em nós um milagre, algo maior em nossa vida, uma diferença, algo melhor, além das nossas possibilidades.

Esse é o maior testemunho do amor e do poder de Deus! Quando vamos à lugares que não poderíamos sozinhos, quando alcançamos postos que nossas forças não alcançam, louvamos o nome de Deus! Acredite; pessoas achegam-se à Deus através de nossas vidas. 

Mas todas as vezes que nos contentamos com uma vida normal, uma vida comum, medíocre, além de nós, outras pessoas perdem oportunidade de conhecer Deus! 

Então, não se contente com os seus sonhos, por maiores que eles lhe pareçam. Não se satisfaça com a sua vontade, antes, abra mão de tudo. Tudo mesmo! Viva aquilo que está reservado pra você; aquilo que o seu olho não viu; o que o seu ouvido não ouviu; o sonho que você não sonhou. Porque nada se compara ao que Deus tem lhe reservado. Acredite!  

Acabe com os limites. O Senhor pode te levar muito além do que você imagina que pode ir. Disponibilize-se. Desvincule-se das suas vontades. Faça com que a sua vontade maior seja a vontade de Deus cumprida em sua vida, e assim um novo fundamento surgirá... 

E não se preocupe com os sofrimentos e dores porque tenha sem dúvida elas virão. Não há como viver a vontade de Deus, sem sofrer, sem chorar, é o preço a ser pago. Mas tenha certeza que tudo será recompensado e com muita satisfação você dirá: "Aprendi que tudo belo tu fazes em seu tempo. Toda afronta e humilhação não se comparam com a glória que há de ser revelada a mim". 
  

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Falhas constantes

Que bom poder escrever aqui hoje.

A vida anda depressa; muitas coisas acontecem em todo tempo... mas pela graça de Deus nos mantemos em pé; firmes.

Mais uma vez sou grata à Deus pelo sustento a cada dia. Estive pensando essa semana: Que bom que o Senhor não desistiu de mim! Que bom que Ele nunca desiste de nós... Se isto acontecesse sucumbiríamos com grandes chances de nunca mais nós levantarmos.

É possível que se perguntem de onde vem a minha convicção de que sou sustentada por Deus. É uma pergunta razoável e por isso quero respondê-la. A minha certeza vem da constatação de que estou sempre falhando.

É impressionante o quanto eu erro, o quanto eu falho... Quando penso que está tudo bem, que eu já aprendi, que já entendi como se deve viver, como devo proceder, quando está tudo certo; acontece: eu falho novamente.

Pode até parecer pretensão, mas não é o caso. Sei que não sou perfeita e que na verdade ninguém é; mas é inegável que Jesus nos fornece todos os subsídios para que nós mantenhamos em pé.

Afirmo isto olhando não para as pessoas, mas para o caráter de Deus! Ele é fiel, presente e constante. Conhece as nossas fraquezas e nós fortalece de modo que possamos resistir o dia mal. Quero dizer que temos tudo o que precisamos para vencer, embora não seja uma tarefa fácil. Em síntese: Jesus faz a sua parte, é preciso, entretanto, que façamos a nossa.

Acontece que, mesmo com todos os meios, nós falhamos. E justamente por sabermos que a falha é nossa, ficamos frustrados, prostrados... É compreensível. Mas o que fazer então? Qual atitude devemos ter quando falhamos com todas as armas para vencer em nossas mãos? O que pensar?

Não preciso explanar o quanto isto é difícil. É difícil porque nos deparamos com as nossa fraquezas, nossos erros mais íntimos, mais recônditos, e nada podemos fazer... Temos consciência dos nossos erros e nenhuma justificativa para eles. Talvez o mais difícil seja o fato de que não temos o controle... às vezes erramos porque    queremos...e queremos sem saber...

Surge a culpa. E mais difícil do que encarar a falha, é administrar a culpa. A ideia de que somos indignos e não merecedores de todo o amor de Deus é constante.

O que fazer diante da nossa fraqueza exposta perante à grandeza, perfeição e santidade de Deus, considerando ainda que não há outro lugar em que se queria ou possa estar?
(porque não queremos estar em outro lugar, não queremos amar outro Deus, nem servir a outro Senhor...)

O que fazer?

É por isso que eu digo que sou sustentada a cada dia... cada momento, cada respirar, cada levantar, sempre!
Não fosse assim, não saberia dizer onde estaria ou como estaria!

Quando estava envolvida em minha tristeza por ter errado a milionésima vez... culpada por decepcionar o Deus que tanto me amou e tanto fez por mim, sem saber o que fazer, sem coragem para olhar em seus olhos... Ele me viu; me guardou; me sustentou; me deu do seu perdão, do seu amor!

Lembrou-me que eu nunca fora digna do seu amor. E que se as minhas falhas são constantes, o seu amor e o seu perdão também são. Confortou meu coração dizendo que o seu amor é inalterável, assim como a sua fidelidade que se mantém firme mesmo diante do meu fracasso. E assim eu pude prosseguir.

É essa razão que me faz afirmar que Ele é o meu sustento! Já disse em meus textos que alguém que nós olhe de fora pode pensar que nos fazemos de super-heróis... porque não entendem como se manter firme diante de um mundo tão hostil... Mas o fato é que somos homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens, velhos comuns como as mesmas fraquezas que todos. A diferença é que "temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo" (1 Jo. 2:1).